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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Minhas Recordações


INICIAÇÃO

   Estou sempre sendo procurado por novos dedicados para conversar sobre iniciação, esta é uma das grandes preocupações dos Neo-pagãos. As vezes penso que não posso falar muito sobre o meo período de dedicação até a iniciação, ou busco não falar muito dele pois diferente da realidade com a qual me deparo sempre, jovens e adultos preocupados com sua iniciação, eu não tive toda esta expectativa, toda esta anciedade, não que isto seja melhor ou pior, faça minha iniciação mais ou menos especial ou válida que outras, mas acredito que talvez por não ter passado por todo este especial momento de anciedade e nervosismo não possa compreender plenamente este sentimento que invade seus corações e os deixa as vezes até "afobados". Mas com certeza posso deixar aqui nestas pocas linhas, meu relato breve de tudo que fez-me iniciado.
           Quando comecei minha caminhada nos mistérios da Magia nem mesmo conhecida o termo INICIAÇÃO, ainda muito jovem para compreender tudo que compreendo hoje e muito do que busco ainda compreender, minha Iniciação, como chamamos hoje, aconteceu após dois anos de dedicação sem absolutamente não visar este momento que foi tão especial em minha vida. Exatamente, eu não buscava esta iniciação, nem sabia realmente que ela existia.
          Recordo das manhãs frias de um inverno rigoroso no interior onde uma casa, parte de alvenaria, parte de madeira, incluindo na parte de madeira uma velha e baixa cozinha que naquela idade parecia grande, chão batido e o fogão a lenha que dava acento a chaleira velha de ferro aquecendo a água para o chimarrão da minha primeira mestra. Ao entrar de manhã cedinho via ela sentada na cadeirinha baixa e humilde, encolhida entre seus cabelos brancos abaixo dos ombros, branca, enrrugada, aquela anciã que até hoje vejo como a Deusa em cada lua minguante a entregar-se a seus próprios mistérios. Entre uma história e outra sem nem mesmo saber de que mitologia era ela passava seus valiosos encinamentos sobre as Bruxas que depois fui conhecer como arquétipos da Deusa, isso não importou muito para minha caminhada, se eram Deusas ou Bruxas, só sei que a Bruxa Morgana me proteje e é minha Senhora até hoje, a Morrighan que me entregou sua espada quando tornei-me Mestre a pouco tempo.
    Asvezes ainda posso sentir aquela maravilhosa voz enfraquecida pelo tempo, seus lábios já enrrugadinhos pronunciando seus bênçãos sobre mim (naquela época para mim apenas benzeduras). Posso as vezes sentir o cheio daqueles fejões mechidosquentinhos em cima do velho fogão a lenha.
     Suas rimas no compasso da chuva batendo nas calhas de latão me sencinavam o quanto a vida da terra estava interligada, que tudo dependia somente de nosso contato pleno, assim como nós somos de barro, terra e água, era esatamente aquele barro que pisavamos que forjava cada vida, cada alimento, que aumentava e diminuia as pastagens. O Sol, protetor dos homens e a Lua, Senhora das mulheres, ensinamentos simples que carrego até hoje, talvez simples demais para estudiosos da magia mas para nós, nossa realidade de filhos da Deusa simples, do fogo sagrado de seu velho fogão a lenha, maravilhosos e que sempre voltam a minha memória esfumaçada como aquela cozinha de chão batido e um fogão a lenha.

 

     Rezas e benzeduras, orações e maças para suas Bruxinhas, velas, incensos não, estas "misturebas fedorentas não servem para nada" , dizia ela misturando as ervas e a seiva de algumas folhas verdes para colocar sobre um pedaço de madeira em brasa bem forte.
"Que os espíritos do fogo fortaleçam seu espírito de dentro para fora e que os do ar não deixem que teu coração se endureça." - dizia ela de olhos fechados com aquela fumaça gostosa ao meu redor e um sorrizo sempre enigmático no rosto.
    Então, entre muito encomodo de um "piá" e a vontade de seu coração deixar seus encinamentos para que não se perdessem, convencí aquela velha senhora a me ensinar a sua Magia. - que nem eu sabia ainda o que significava -
      O tempo e a dedicação, o estudo e a busca fizeram-me entender quem eu era, quem eu SOU um BRUXO!
E foi a identificar-me assim que a velha senhora disse que seus mistérios estavam sendo revelados.

Para o mato, proximo das festas juninas, assim foi que conheci todo o poder daquela magia, entre a fogueira e o rio que passava, nem espera, nem espectativa pela iniciação que não sabia estar acontecendo, mas da incompreensão de um coração que parecia já ter passado por tudo aquilo e saber o que deveria ser feito.

    Este momento que chegou tão intensamente, o momento em que Magnus nasceu é vivido até o dia de hoje, talvez por isso humilde e sincero, talvez por isso verdadeiro, e com certeza por isso feliz por ser um Bruxo, um filho da Deusa, vivendo uma iniciação a cada dia.
Abençoados sejam seus caminhos rumos aos mistérios D'Ela.



Dyan Magnus Morgann


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"sem prejudicar a ninguém, faça o qe você deseja"

Que a estrada se abra a sua frente,
Que o sol brilhe morno sobre sua cabeça;
Que a chuva caia de mansinho sobre seu corpo;
Que o vento sopre leve em sua face;
E até que nos encontremos novamente;
Que os Deuses te guardem na palma de suas mãos.

(adaptação de uma prece celta)

Sinceras bênçãos sobre você e os que te rodeiam;


MAGNUS